sexta-feira, 31 de março de 2017

Minha mãe trabalha na escola dos adolescentes assassinados

Meu coração está doendo, semana passada um deles foi à escola pedindo para beber água.

Minha mãe trabalha em uma escola que fica a poucos metros de onde estas crianças foram mortas, dois deles estudaram lá até pouco tempo, e o outro menino era sobrinho de outra funcionaria.

Os garotos, um deles ainda com a roupa da escola, tentaram roubar um carro, porém o dono do veículo reagiu atirando. Os três caíram na calçada e no último suspiro de uma curta vida, fazem minha própria família chorar pelo fato de serem jovens, próximos e não terem encontrado compaixão.

Na minha Time Line do Facebook um amigo publicou a seguinte frase sobre o episódio de ontem:
“Inversão de valores. Só quem já foi assaltado/roubado/feito refém/sequestrado sabe o quão ruim é. Não me misturo com vagabundo por um motivo simples. Não compactuo com essa raça. Vítima da sociedade é o cidadão de bem, que acorda cedo todos os dias para trabalhar e está sujeito a esse tipo de situação no seu cotidiano.”

Em minha opinião, há uma inversão de valores sim, a vida humana perdeu seu valor, e as pessoas priorizam mais as coisas e o próprio bem-estar do que a vida de seu semelhante. Os meninos que morreram não são vítimas da sociedade, infelizmente, são vítimas dos cristãos.

Jesus disse: ‘Deixai vir a mim as crianças, não as impeçam’ (Mt 19.14). Que tipo de cristãos somos, se não estamos refletindo Jesus para estas crianças, meninos que roubam, matam, sequestram, meninas que se prostituem, mentem e muito mais.

Pastores, Padres, Reverendos até quando vocês permitirão que seus rebanhos impeçam as crianças de se aproximarem de Jesus?
Membros, Fiéis até quando vocês permanecerão dentro das igrejas sem ser Luz e Sal, e principalmente sem refletir a imagem de Deus para um mundo caído?

O assunto desta noite aqui na casa da minha mãe está sendo a brutalidade que eles foram tirados da vida, não tem ninguém aqui defendendo as atitudes ou escolhas destes jovens meninos, na verdade estamos tomados de profundo pesar, por não termos sido nós os espelhos que despertaram estas crianças de suas vidas vãs e lhes mostraram uma alternativa. Longe do crime, longe das ruas escuras, perto do Jesus que dá escolhas.


Minha mãe está mais quieta, as fotos chocam, as mensagens não param, todos estão sensibilizados. A nós, cabe a certeza que precisamos reverter os valores e acreditar que todos os homens podem mudar e todos os meninos podem aprender.

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